sábado, 11 de setembro de 2010

Abertas matriculas para Utiarpe 2010/11

Estão a decorrer as matriculas para Utiarpe até ao proximo dia 16 de Setembro.As aulas começam no dia 06-10-2010.

Disciplinas:Artes decorativas,Filosofia,Psicologia,História,História de Torres Novas,Lingua e Cultura Portuguesa,Ginastica,Imformática nivel 1º Informática nivel2º,Inglês iniciação,Inglês continuação,Espanhol,Francês,Gerontologia.

Balanço do ano lectivo

Mais um ano lectivo chegou ao fim e, como todos os finais, também este tem direito a balanço. Nestas alturas, somos tentados a esquecer o menos bom e a enfatizar o que correu bem e o que nos trouxe felicidade, talvez porque isso nos ajuda a acreditar que somos (quase ) perfeitos e que controlamos todos os nossos actos e até mesmo alguns imprevistos. Às vezes esquecemo-nos que é a nossa memória das coisas que nos permite melhorar, avançar e crescer. E essa tem que manter-se viva, lúcida e geradora de mudança.
O ano lectivo da UTIARPE que agora acaba não foi fácil, nem para a Instituição, nem para os alunos, nem para os professores. Houve reajustamentos, reformulações, o status quo foi questionado, as diferenças foram confrontadas e, no final, saímos todos mais fortes e orgulhosos do sentido de responsabilidade e total dedicação com que todos os pequenos diferendos foram sendo ultrapassados. Não queria, pois, deixar de prestar a minha homenagem a todos quantos, desde a sua fundação, tornaram possível a UTIARPE que temos hoje e também a todos aqueles que, no presente, continuam disponíveis e empenhados na consecução dos ideais da Instituição deixar uma palavra de incentivo para que sigam em frente, com o trabalho e a audácia que lhes é peculiar.
Não resisto a referir aqui o nome a quem devo a minha entrada no mundo da UTIARPE – a professora Manuela Tolda. Não vou referir aqui as relações intitucionais que, por força dos cargos que detínhamos na altura, levaram ao protocolo assinado entre esta Universidade e a Escola Secundária de Maria Lamas; a minha homenagem à Manuela é pessoal e intransmissível: pelo entusiasmo, pela convicção dos seus ideais, pela sensatez, pelo conselho certo e, sobretudo, pela amizade.
Quanto ao âmbito restrito das minhas aulas e do grupo com que me tenho relacionado mais directamente, nos últimos anos, gostaria de me referir a ele não caindo em lugares-comuns porque tal seria uma enorme injustiça uma vez que, não ser “ comum” é a sua principal característica. Dizemos que a curiosidade é própria dos jovens e louvamo-la como sinal de não conformismo e sintoma de uma vivacidade compreensível e desejável nessa idade. Temos até, alguma tendência para acharmos que ela se vai perdendo com a idade, face ao choque de “ realismo” com que a vida nos vai presenteando. A verdade é que este grupo surpreende exactamente porque vai para além do óbvio, dos dados adquiridos e busca activamente respostas para as interrogações que lhes vão sendo colocadas por si próprios ou pelo mundo que os rodeia. Num mundo em que muita gente vive numa relativa indiferença sobre o que acontece à sua volta, este grupo precisa de se manter participante e informado, precisa de saber o que acontece aqui ao lado e do outro lado do mundo, quem decide, por que decide, de onde vimos, quem somos e para aonde vamos. E, sobretudo, centra grande parte da sua energia em perceber como é que cada um deles pode fazer a diferença. Esta postura face às aprendizagens faz deles alunos bem sucedidos que são o orgulho de qualquer professor: pelo seu empenho, assiduidade, e assinalável performance académica. Se, de facto, a importância das pessoas se mede pela falta que nos fazem , este é, sem dúvida , um grupo muito especial.

HISTÓRIA UNIVERSAL – 1º Ano

Depois de três anos a recordar e analisar os momentos mais marcantes da História de Portugal e, tendo em conta que a turma ao nível do que poderemos chamar o seu «núcleo duro» se mantivera estável ao longo desses anos e se propunha continuar essencialmente com base no mesmo grupo de alunos, propusemos, no final do ano passado, alargar os nossos horizontes viajando ao longo de mais de dois milhões de anos de História da Humanidade, o que foi prontamente aceite.
E, assim, numa agradável tarde de Setembro, lá partimos nós à procura das nossas origens. Se os acontecimentos dos nossos dias nem sempre são fáceis de entender no seu pleno significado, à medida que nos afastamos no tempo vai-se adensando uma espécie de neblina que não nos deixa ver com clareza e dificulta ainda mais a compreensão. Então, quando saltamos da História para a Pré-História e ficamos sem fontes escritas, o entendimento ainda é mais complicado.
Graças aos enormes avanços da ciência (da Arqueologia sobretudo, mas também de muitas outras desde as mais conhecidas como a Biologia ou a Química, até à Palinologia que estuda os pólenes) fomos tão longe quanto nos permitia o conhecimento disponível e procurámos imaginar a luta pela sobrevivência dos primeiros grupos humanos no continente africano e acompanhar a sua diáspora pelos outros continentes.
Antes de voltar a pisar os terrenos da História detivemo-nos um para de aulas no território da Península Ibérica que é riquíssimo em vestígios pré-históricos dando especial atenção às primeiras manifestações artísticas de que há notícia: a arte móvel e a arte parietal dos nossos antepassados de há mais de 40.000 anos e de que podemos ainda hoje encontrar exemplos bem conservados.
Numa segunda etapa fomos até às primeiras grandes civilizações: os Sumérios e Acádios com a invenção da escrita e da roda, as suas técnicas agrícolas, os seus deuses e as suas cidades; os Babilónicos e o esplendor da sua civilização, o luxo dos seus governantes; os Assírios e as artes da guerra bem como as estruturas colossais da sua arquitectura; os Persas e a organização política e administrativa do seu império bem como a qualidade da sua produção cultural.
Seguiu-se uma demorada visita ao Egipto Antigo. Civilização que é «um dom do Nilo» como desde logo deduziu o historiador grego Heródoto, onde ao longo dos séculos se foram entrelaçando a História e as lendas, os factos e os mitos, a religião e a política, permanecendo ainda hoje um vasto mundo a explorar. Falámos, como é óbvio, das Pirâmides, a única das sete maravilhas do mundo antigo que ainda se encontra de pé, mas também dos templos de Luxor e Karnak, das esfinges e, naturalmente dos faraós desde o admirável governante que foi Ramsés III ao visionário Akhenaton; desde o jovem quase lendário Tutankhamon à enigmática Cleópatra. Ainda sem sair do Egipto procurámos ainda espreitar a quase esquecida Núbia e os seus faraós negros.
Finalmente, até porque nos tínhamos já cruzado com eles várias vezes, procurámos organizar um pouco os nossos conhecimentos sobre um povo que a Bíblia tornou famoso na antiguidade e hoje permanece famoso nem sempre pelos melhores motivos: os Israelitas. Procurando distinguir a História entre tradições, lendas e religião, tentámos aprofundar e esclarecer alguns dos momentos mais marcantes da génese e da vida deste povo.

E, já um pouco cansados desta longa viagem no tempo, ficámos por aqui. A aventura continua no próximo ano.



António Silva

Balanço do ano lectivo 2009/2010

Terminou mais um ano lectivo e com ele os encontros semanais com os alunos da ARPE. Todas as 5ª feiras, na Escola Secundária Maria Lamas, debatíamos temas relacionados com a Psicologia e com a Vida.
Foi sempre com um sorriso e alegria que os alunos estavam presentes, participando activamente nas reflexões sobre as questões abordadas.
Estas aulas leccionadas na Maria Lamas têm sido uma mais valia para a comunidade escolar. Durante este ano os séniores foram várias vezes convidados a participarem nas actividades promovidas na escola, às quais responderam sempre positivamente.
Pela minha parte gostaria que este intercâmbio continuasse, pois os jovens alunos já se habituaram à presença dos menos jovens e aprenderam a admirá-los.
Por tudo isto, só posso afirmar que o balanço foi bastante positivo e aproveito a oportunidade para dizer: “Obrigada pelo carinho e amizade”



Ângela Pinto
2009/2010

Reflexão sobre as aula de português

Foram 30 e tal semanas em que marcámos encontro, às 4ªas feiras, das 14,30 às 16horas, sob o frio prolongado de um inverno rebelde ou de um calor abafado, numa sala apertada para tanto querer.
Primeiro, veio a Antónia, o Américo , a Ana, a Lurdes, o Zé, a Adelaide. Depois, apareceu, receosa, a Júlia. Logo a seguir , a Teresa, e depois, desafiadora , a Cristina. Finalmente, a assertiva Marta, a querer tantas verdades quantas as incertezas que todos os dias somamos àquilo de que as nossas vidas são feitas.
Turma heterogénea ? – Q.b.
Interessada ? Muito
Interessante ? –Muitíssimo
Falámos, criticámos, reflectimos sobre o acordo ortográfico (por vezes, com que energia !); Não receámos o ridículo (de que Pessoa falava) e escrevemos , nós mesmos , as nossas cartas de amor;
Demos asas ao timbre, espaço à argúcia e vimo-nos, numa primeira leitura, quase a representar uma peça de teatro (que encenador não teria orgulho de tão bons aprendizes !);
Construímos um blog que alimentasse este entusiasmo.
Depois, perscrutámos Pessoa, vimo-nos ao espelho das nossas idiossincrasias com Cardoso Pires, em Saramago reconhecemos o cáustico, o humanista, a intemporalidade do ser vertical .
Eis um balanço , não sei se o balanço que me pediram . Mas foi, seguramente, objectivo, não demagógico, nem lamecha.
O que nos uniu ?
A batalha , semanal, que travámos com o tempo, a tentar esticá-lo.
Obrigada pelos momentos de entusiasmo que me proporcionaram .

Joana Santos, Junho/2010